quarta-feira, 6 de março de 2013

“Se o mundo é só um espelho do que eu valho, então trabalho-o, Definho o grilho velho que ainda escolho quando falho. Se o mundo é só a mágoa com que meço, então despeço-o E regresso ao troço estreito exterior ao Universo.”

Forasteiro

Se o mundo é uma pedra de tropeço, eu arremesso-o
E ofereço a esfera ao espaço, está suspenso o meu apreço.
Se o mundo me merece tanta prece, nem por isso
A mundos dou interesse, nem a crises dou acesso.

Se o mundo é uma bolha de lamento, eu arrebento
E tento não estar dentro se se encontra em pronto pranto.
Se o mundo não demora, que a agrura morra agora
E eu choro com quem chora pra os pescar do mundo fora.

Não não não tenham medo
Que o mundo foi vencido
E eu sou aliado.

Não não não tenham mundo
Que o medo foi criado
E eu sou doutro lado.

Se o mundo é só um espelho do que eu valho, então trabalho-o,
Definho o grilho velho que ainda escolho quando falho.
Se o mundo é só a mágoa com que meço, então despeço-o
E regresso ao troço estreito exterior ao Universo.

Tresmalho o rebanho,
Aqui eu sou estranho.
Minha marcha é recta;
A vida é rotunda.
O que não me afecta
Já não me afunda.

Não não não tenham medo
Que o mundo foi vencido
E eu sou aliado.

Não não não tenham mundo
Que o medo foi criado
E eu sou doutro lado.

Samuel Úria

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