sábado, 22 de junho de 2013

“Protege-me em teu colo”

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Dorme junto a mim meu amor
Aquieta o meu ser
Enquanto os pássaros sobrevoam
As escarpas da vida num fim de tarde
... Beija docemente os meus lábios sedentos dos teus
Embala-me na melodia dos teus olhos
Enquanto as rochas se banham no mar salgado
Deliciosamente, em perfeito regozijo
Protege-me em teu colo
Enquanto as tempestades intensas fustigam
E rasgam os braços das árvores já sem força
Desemaranha as asas do nosso amor para que possamos voar livremente
Tão leves, amor, como os pássaros que bebem no vento
O bucolismo cândido do amanhecer.

Cecília Vilas Boas

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segunda-feira, 17 de junho de 2013

“Lá fora a minha solidão vagueia com a tua ausência.”

Vadim Chazov

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Chegas com gaivotas
veleiro contra o vento
e tudo o mais sobra.
Cerro os olhos:
dentro das pálpebras
o desenho do teu rosto.
Teu corpo,
... um aceno às aves
que alto voam.
Sumptuosa coberta de seda
contra a minha pele, a tua.
Com a sombra das árvores
confunde-se a seiva
e a sede que nos uniu.
Ficaram por colher
em tuas mãos as cores
exultantes do Verão.
Lá fora a minha solidão
vagueia com a tua ausência.
Levo a mão ao rosto
para enxugar uma lágrima tua.
No teu rosto
leio com ternura a ruína
que ameaçou o meu.
Flor Campino

Imagem de Vadim Chazov

sexta-feira, 14 de junho de 2013

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É profundo a tua sombra no meu espaço.

Sóbria,

e discretamente invisível.

Gabriela Vitória

segunda-feira, 10 de junho de 2013

“E vejo teu corpo perfumando a erva e os teus cabelos soltando revoadas de pássaros”

 

Júlia Calçada

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tu ensinaste-me a fazer uma casa:
com as mãos e os beijos.
Eu morei em ti e em ti meus versos procuraram
voz e abrigo.
E em ti guardei meu fogo e meu desejo. Construí
a minha casa.
... Porém não sei já das tuas mãos. Os teus lábios perderam-se
entre palavras duras e precisas
que tornaram a tua boca fria
e a minha boca triste como um cemitério de beijos.
Mas recordo a sede unindo as nossas bocas
mordendo o fruto das manhãs proibidas
quando as nossas mãos surgiam por detrás de tudo
para saudar o vento.
E vejo teu corpo perfumando a erva
e os teus cabelos soltando revoadas de pássaros
que agora se recolhem, quando a noite se move,
nesta casa de versos onde guardo o teu nome.

Joaquim Pessoa

Imagem de Júlia Calçada