terça-feira, 22 de abril de 2014

MINHA CASA

 

Memorias

Minha casa hoje,
tem janelas abertas para o nascente,
para o poente,
e,
também para a larga estrada,
aquela que conduz ao limite,
pela frente.
Minha casa solitária,
Branca e alta,
embora esteja plantada em estéril campo,
é toda circundada de verde, paz e silêncio.
Nova e antiga casa,
onde o Amor e a Esperança,
ainda são uma constante.

ADA CIOCCI

Amo-te

 

Paixão

Amo-te, e por esse amor faço loucuras,
Roubo o brilho das estrelas e a luz do sol,
Oculto a lua e pinto de rosa o azul do céu...
Desvio leito de rios e altero a geografia.
Amo-te, e por esse amor cometo desatinos,
Colo faixas e cartazes por toda a cidade,
Subo no mais alto caminhão-palco,
E grito ao mundo todo que te amo!
Amo-te, e por esse amor posso mudar,
Mudar e ajustar o que desagrada,
Mas, não posso fazer tudo isso sozinha,
Preciso de ti, para esta mudança concretizar.
Amo-te, e por esse amor já realizei mudanças,
Comecei a enxergar de outra forma a minha vida,
Descartei tudo o que já não me servia,
Porque finalmente havia encontrado meu EU.
Amo-te, e esse amor é verdadeiro,
O amor que por si só é transformador,
Porque consegue suprir todas as lacunas,
E nos mantém sempre completos nas nossas vidas.
Amo-te, e esse amor me é suficiente,
Não me obriga a buscar novos horizontes,
Esse amor me alimenta, corpo e alma,
E, já não sinto em mim mais qualquer vazio.

Akasha de Lioncourt

A CARÍCIA PERDIDA

Estrelecer

Sai-me dos dedos a carícia sem causa,
Sai-me dos dedos… No vento, ao passar,
A carícia que vaga sem destino nem fim,
A carícia perdida, quem a recolherá?
Posso amar esta noite com piedade infinita,
Posso amar ao primeiro que conseguir chegar.
Ninguém chega. Estão sós os floridos caminhos.
A carícia perdida, andará… andará…
Se nos olhos te beijarem esta noite, viajante,
Se estremece os ramos um doce suspirar,
Se te aperta os dedos uma mão pequena
Que te toma e te deixa, que te engana e se vai.
Se não vês essa mão, nem essa boca que beija,
Se é o ar quem tece a ilusão de beijar,
Ah, viajante, que tens como o céu os olhos,
No vento fundida, me reconhecerás?

ALFONSINA STORNI

segunda-feira, 14 de abril de 2014

22

Sabes,
já não sei o que é viver sem ti...
Já nem me lembro
(um dia que seja)
o que é não sentir a tua presença...
Não conheço outro tempo que não seja o teu...
E no entanto, solidão,
tão apetecida é a tua ausência em mim.

c.p.

domingo, 13 de abril de 2014

Rio

A vida é um caminho de sombras e luzes.
O importante é que se saiba vitalizar as sombras e aproveitar a luz.
Henri Bergson

O tempo é feito de esperas

11

O tempo é feito de esperas

E eu sou a espera do que há-de vir.

Carrego os dias onde me gasto.

Embalo as noites que me atormentam.

Bebo o sol que me incendeia.

Por isso,

Nesta espera onde me encontro,

Sou a confluência do que findou.

Carlos Pedro