terça-feira, 20 de maio de 2014

Cidade luz

Tenho saudades de uma terra
onde nunca estive,
onde todas as árvores e flores
me conhecem,
à qual nunca vou,
mas onde as nuvens
se recordam exactamente
de mim,
um estrangeiro que
não possui casa onde chorar. ...
Viajo
até uma ilha sem porto,
atiro as chaves ao mar
antes de partir.
Não chego a lugar nenhum.
A minha vela é como uma teia de aranha ao vento,
mas não se rompe.
E além do horizonte,
onde grandes aves
no final do seu voo
secam as asas ao sol,
há um continente
onde me devem aceitar
sem passaporte,
sob o aval das nuvens."
Hilde Domin (tradução de Sofia Moura a partir do castelhano e do inglês)

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