domingo, 5 de abril de 2015

Despertar

Pedaço quebrado de tempo,

O instante;

Jazendo entre a palavra,

O silêncio

E o livro na estante.

O tempo não perdoa,

Ele anda depressa,

E para quando bem quer:

Segura, entre os dedos,

O mister.

À janela,

Um pássaro bobo

Deixa um canto descuidado,

Caído,

Escorrendo sobre o reboco.

Vem o tempo, e o silencia,

Vem o tempo e o ressuscita.

Acende a luz da esperança

E assim, ao mesmo tempo,

Apaga as velas da vida.

O tempo não tem paciência,

Não perdoa o desperdício,

Não perdoa a nossa pressa,

Ele passa como quer,

Se encolhe, se estica,

Mas jamais fica.

Ana Bailune

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