quarta-feira, 20 de agosto de 2014

 

Canção de Paixão

Ela chegou sem avisar
entrou, em silêncio para não acordar
esperando por ela estava com desejo de a amar
beijar seus seio até arrepiar
em seu corpo entrar
seus lábios beijar sua língua cruzar ...
minhas mãos em seu corpo suado passar…
nossos corpos em música se transformou
com cânticos de sereias nos embalou
chuva de prata as flores contemplou
deslizou dos nossos cabelos e em longas planícies brilhou!
Gaya * Gabriela Vitória

 

Imagem de Soraia SF (2)

https://www.youtube.com/watch?v=u9_aB-3S1Pc

Pavão misterioso
Pássaro formoso
Tudo é mistério
Nesse teu voar
Ai se eu corresse assim
Tantos céus assim...
Muita história
Eu tinha prá contar
Pavão misterioso
Nessa cauda
Aberta em leque
Me guarda moleque
De eterno brincar
Me poupa do vexame
De morrer tão moço
Muita coisa ainda
Quero olhar
Pavão misterioso
Meu pássaro formoso
Tudo é mistério
Nesse teu voar
Ai se eu corresse assim
Tantos céus assim
Muita história
Eu tinha prá contar
Pavão misterioso
Meu pássaro formoso
No escuro dessa noite
Me ajuda a cantar
Derrama essas faíscas
Despeja esse trovão
Desmancha isso tudo
Que não é certo ou não
Pavão misterioso
Pássaro formoso
Um conde raivoso
Não tarda a chegar
Não temas minha donzela
Nossa sorte nessa guerra
Eles são muitos
Mas não podem voar
Eles são muitos
Mas não podem voar
Ednardo

 

Amy Judd

Não sou pra todos. Gosto muito do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Às vezes tem um céu azul, outras tempestade. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. Mas não cabe muita gente. Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. São necessárias.
Caio Fernando Abreu

Imagem de Amy Judd

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

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A paz que sinto é tanta... que não há guerra que me vença
As batalhas são agora para mim, apenas... atalhos que evito
não por cobardia mas por preferir os caminhos amplos com luz!
VónyFerreira

sábado, 16 de agosto de 2014

Serge Marshennikov
Foi depressa que devagar nos percorremos,
Foi devagar que depressa corremos o nosso corpo,
Cobrindo-nos da felicidade
Que ia caindo como fiapos de acalento,
Dos meus e dos teus dedos…

Ah, não somos capazes de mais,
A não ser gotejar anseios
Para enobrecer os gestos
Com que nos saciaremos,
Logo mais,
Quando de novo nos inventarmos!
Pensemos no bem-querer que teremos
Quando demorar a vontade,
Que pinga, em nós, açucarada

Sobrevoemos o prazer de estarmos,
De sentir o calor da arena da pele,
E então, sim,
Surpreendamo-nos com a extravagância:

Será depressa que devagar nos percorreremos
Será demorada a pressa de nos invadirmos,
Mas será tão notável o prazer que sempre teremos,
Quer seja ontem,
Quer seja hoje,
Ou amanhã,
De esvoaçar sobre o diadema do nosso desejo.

Cristina Miranda

Imagem de Serge Marshennikov

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

De ti só quero o cheiro dos lilases
e a sedução das coisas que não dizes
De ti só quero os gestos que não fazes
e a tua voz de sombras e matizes
De ti só quero o riso que não ouço
quando não digo os versos que compus
De ti só quero a veia do pescoço
vampira que já sou da tua luz
De ti só quero as rosas amarelas
que há nos teus olhos cor das ventanias
De ti só quero um sopro nas janelas
da casa abandonada dos meus dias
De ti só quero o eco do teu nome
e um gosto que não sei de mar e mel
De ti só quero o pão da minha fome
mendiga que já sou da tua pele

Rosa Lobato de Faria

Gosto quando me falas de ti

Karen Hollingsworth (20)

Gosto quando me falas de ti e te vou percorrendo
e vou descortinando a tua vida na paisagem sem nuvens,
cenário dos meus desejos tranquilos.
Gosto quando me falas de ti e então percebo
que antes mesmo de chegar, me adivinhas,
que ninguém te tocou, senão o vento
que não deixa vestígios, e se vai
desfeito em carícias vãs…
Gosto quando me falas de ti quando aos poucos a luz
vasculha todos os cantos de sombra, e eu só te encontro
e te reencontro em teus lábios, apenas pintados,
maduros,
mas nunca mordidos antes da minha audácia.
Gosto quando me falas de ti e muito mais adiantas
em teus olhos descampados, sem emboscadas,
e acenas a tua alma, sem dobras, como um lençol
distendido, e descortino o teu destino, como um caminho certo, cuja
primeira curva
foi o nosso encontro.
Gosto quando me falas de ti porque percebo que te desnudas
como uma criança, sem maldade,
e que eu cheguei justamente para acordar tua vida
que se desenrola inútil como um novelo
que nos cai no chão…

J.G. de Araújo Jorge

Imagem de Karen Hollingsworth

Karen Hollingsworth (2)

Ouço-te num qualquer outro registo de dança
Onde pensares e sentires são devolvidos em contracapa
Nua, de cor única e vazia de espelhos

Olho-te e não te vejo
Só os esboços estudados da dança
Permanecem em meus ouvidos como inconstância
De desafios musicados
E de suspiros
E de muros levantados
E de búzios fendidos
Por onde se escapa o que nem a brisa alcança

Olho-te por entre o arvoredo de um mar salgado
Agitando formas de cotovelos apoiados nas águas
Numa outra de mim que o registo fez parte
Quando fendiam as paredes da casa
Agora brancas, imaculadas
Pelo silêncio sorridente e ameno das asas
Que descubro serenamente e destapo
Nas cores luzentes das sonoridades
Que enfeitam e alegram o espaço
No repouso cantante, suave
Do regaço que eleva e embala

Fátima Fernandes

Imagem de Karen Hollingsworth